O presidente Gustavo Petro rejeita o pedido de César Gaviria para não votar no referendo: "Ele não é um liberal".

O presidente Gustavo Petro se opôs ao pedido do ex-presidente César Gaviria, líder do Partido Liberal, para que o Senado não apoiasse o referendo. O presidente considerou o pedido contrário aos princípios do grupo.
"Eu não entenderia um único liberal que não queira que o povo seja consultado. Essa pessoa, simplesmente, não é um liberal", disse o presidente Petro em resposta ao pedido do líder do partido vermelho. Depois, ele se posicionou contra a "minirreforma trabalhista" apresentada pelos liberais, que visa apenas a extensão do turno noturno e o pagamento integral dos adicionais de domingo e feriados.

O ex-presidente César Gaviria pediu ao Senado que rejeitasse o referendo. Foto: Partido Liberal
"O projeto de lei que o senhor apresentou, Sr. Cesar Gaviria, é mínimo; não leva em conta as mulheres trabalhadoras, os jovens trabalhadores, os microempreendedores ou os agricultores. Assim como Uribe, o senhor insiste que o dia termine tarde da noite", acrescentou o presidente.
Segundo o presidente, a proposta dos liberais vai contra os princípios do seu partido: "Ela contradiz a revolução em curso de López Pumarejo". No entanto, ele não fechou completamente a porta, mas ressaltou que isso poderia ser corrigido.
"Enviei uma mensagem urgente sobre o seu projeto para que vocês mesmos possam corrigi-lo. Enquanto isso, todo o referendo está avançando", afirmou Petro. Por fim, ele enfatizou a necessidade de o povo decidir o futuro da reforma trabalhista.

O futuro do referendo está nas mãos do Senado. Foto: El Tiempo
"Pedi a todos os senadores que respeitem a assembleia constituinte primária e a ouçam em consulta", concluiu o presidente em sua mensagem.
Mensagem de Gaviria Em nota, o ex-presidente César Gaviria, líder do Partido Liberal, se opôs ao referendo sobre a reforma trabalhista proposto pelo presidente Gustavo Petro. O anúncio foi feito poucos dias antes do Congresso discutir se deve ou não convocar esta reunião.
"A proposta do presidente Petro de convocar um referendo para apoiar sua reforma trabalhista é uma decisão errada", disse o líder liberal. Um dos principais argumentos para rejeitar a proposta do governo é o gasto que ela geraria.
Segundo o ex-presidente, "gastar um trilhão de pesos em um voto simbólico é um desperdício inaceitável em meio à crise fiscal do país". Ele afirmou que esses recursos deveriam ser "alocados para necessidades urgentes", o que incluiria: "melhorar as condições dos trabalhadores, apoiar as vítimas, fortalecer as forças de segurança e financiar políticas sociais que beneficiem os mais necessitados".

O presidente Petro, acompanhado de parlamentares e ministros, protocolou o pedido no Senado. Foto: Nestor Gomez. O TEMPO
"Portanto, recomendamos que o Senado da República não vote o referendo, uma iniciativa equivocada e ineficiente", foi o pedido de Gaviria ao órgão, que analisa a proposta do governo a partir de terça-feira.
O ex-presidente questionou a abordagem do governo em relação à reforma trabalhista, que pretende promover com o referendo: "Estamos do lado dos trabalhadores, não das elites sindicais. O país precisa de reformas sérias, não de manobras políticas custosas que enfraquecem as instituições e aprofundam a polarização. A Colômbia precisa de soluções reais, não de gestos vazios."
Por fim, ele pediu apoio ao projeto de lei de seu partido, que busca incorporar os principais pontos da reforma trabalhista. "O que o país presencia hoje é um desperdício irresponsável de recursos públicos: um trilhão de pesos destinado a uma votação simbólica, que poderia ser canalizado eficientemente por meio de um projeto de lei. Essa foi e é justamente a alternativa apresentada pelo Partido Liberal e nossos parlamentares liberais, comprometidos com o reconhecimento dos direitos trabalhistas, uma iniciativa pautada por uma via institucional e pelo respeito ao Congresso da República", concluiu.
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Apresentação da consulta popular Foto:
Juan Sebastián Lombo Delgado
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